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Entenda por que a plantação de igrejas é a melhor estratégia para o crescimento da fé e da comunidade cristã

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Após pouco mais de dez anos como pastor em uma denominação cristã histórica no Brasil e de ter pastoreado por oito anos uma igreja já organizada, estou envolvido pela primeira vez e de forma direta em um projeto de plantação de uma nova igreja. Esta pequena experiência pastoral tem sido suficiente para me levar a conclusão de que plantar igrejas no Brasil é a melhor maneira de cumprirmos a grande comissão de Jesus, de fazermos novos discípulos e de promovermos um crescimento saudável na Igreja brasileira. Quando pregamos as Boas Novas de Jesus nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação de pessoas, e quando plantamos igrejas nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação da sociedade em que vivemos. A questão, então, não é se devemos ou não plantar igrejas, mas como plantá-las!

Muitas igrejas históricas brasileiras pararam de crescer já faz algum tempo. Salvo raras exceções a metodologia de crescimento mais comum é a criação de pequenas congregações ou os chamados pontos de pregação que têm como propósito reproduzir o formato da igreja mãe. O grande problema destas iniciativas é que geralmente os melhores obreiros não são enviados para estes trabalhos, mas aqueles que não fazem falta no trabalho da igreja sede. É inegável a boa vontade e disposição de muitos que se dedicam a este tipo de trabalho, mas é inegável também a falta de planejamento, recursos e metodologia adequada na maioria deles.

O resultado é que muitas destas iniciativas não dão certo ou demoram muitos anos até atingir as condições econômicas, numéricas e estruturais para poderem andar com as próprias pernas. Geralmente permanecem dependentes da igreja mãe para o resto da vida. São Igrejas que já nasceram velhas, pois conquistam o status de “Igreja organizada” depois de dez, quinze ou vinte anos de inicio do projeto. Tornam-se igrejinhas estéreis que repetem os mesmo rituais antigos das igrejas mães e não desenvolvem a capacidade de se conectar com a sociedade e de se multiplicar.

Não sou daqueles que veem a igreja como uma empresa dirigida por tendências de mercado e buscando o sucesso a qualquer custo. Tão pouco acredito que estratégias usadas em um determinado projeto de plantação podem ser aplicadas da mesma maneira em qualquer outro lugar. Se bem que está cheio de igrejas por ai que parecem mais uma franquia de rede de fast food do que uma igreja com características próprias. Mas todos nós sabemos a diferença de se comer uma lasanha em uma rede de fast food ou em uma legitima cantina Italiana, não é verdade? Entretanto, não podemos ignorar que estratégias são importantes e trabalham a nosso favor ao lado de muita oração e dependência do Espírito Santo.

Após quase dois anos envolvido em um projeto de plantação de igreja, posso olhar para meus erros e acertos. Deles posso tirar alguns direcionamentos básicos que se aplicam a todo projeto de plantação de igreja:

  1. Dependência de Deus e oração.

“Se não for o SENHOR o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o SENHOR que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O SENHOR concede o sono àqueles a quem ele ama”. Salmo 121.1-2

Você pode ser o melhor comunicador, o melhor animador de platéia, ou o melhor faz tudo. Sem joelhos no chão e dependência de Deus você não sairá do lugar.

  1. Planejamento Estratégico

“Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’ Lucas 14.28-30

Você pode ser cheio de boas intenções e ter uma vida piedosa diante de Deus, mas sem planejamento você não saberá dizer não para tudo aquilo que não contribui para o desenvolvimento do projeto. Sem planejamento você não saberá como investir os recursos. Sem planejamento você não tem nem previsão de quando esta igreja estará organizada. Procure ler a respeito disso, converse com que já tem experiência, aprenda com os erros e acertos dos outros. Planeje os passos dentro do projeto, estude o contexto do publico alvo, procure pessoas adequadas para o trabalho e reavalie constantemente.

  1. Desprendimento e sabedoria para se comunicar com as pessoas no canal em que elas compreendem.

“Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da Lei, tornei-me como se estivesse sujeito à Lei (embora eu mesmo não esteja debaixo da Lei), a fim de ganhar os que estão debaixo da Lei. Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei (embora não esteja livre da lei de Deus, e sim sob a lei de Cristo), a fim de ganhar os que não têm a Lei. Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Torneime tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante”. 2 Coríntios 9.19-23

Se você quer realmente alcançar aqueles que ainda não conhecem Jesus, não adianta ficar sentado dentro de sua igreja esperando que eles apareçam por conta própria, se disponham a acolher todas as suas palavras, e comecem a aprender todos os nossos jargões. Você precisa não ter medo de romper com sua própria cultura “igrejera” (não a cultura cristã), e aprender a se comunicar na linguagem que seu público alvo se comunica.

  1. Excelência no trabalho é o mínimo que podemos oferecer.

Durante os meus anos de ministério, incluindo o tempo em que eu era seminarista, já vi muitos pastores e líderes preparando a liturgia em cima da perna minutos antes do culto começar! Infelizmente, muitas pessoas oferecem para Deus o resto do seu tempo, o resto de suas forças, e o resto de suas energias. Se você quer realmente plantar uma igreja, não se preocupe em ser igual ao melhor plantador que você conhece. Mas preocupe-se em oferecer o melhor de você e de suas habilidades para Deus. A excelência naquilo que você apresenta em sua igreja é um instrumento de Deus para alcançar os de fora. Isto vale tanto para o boletim quanto para o seu sermão.

Meu pai sempre dizia quando eu era ainda um adolescente: “Meu filho, não importa se você vai ser um médico ou um pedreiro, seja o melhor que você puder naquilo que você tiver que fazer. Só assim você terá sucesso e dormirá com a consciência tranquila”.

Concluo dizendo o que já disse no início deste artigo, plantar igrejas é a melhor maneira de cumprirmos a grande comissão de Jesus, de fazermos novos discípulos e de promovermos um crescimento saudável na Igreja brasileira. Quando pregamos as Boas Novas de Jesus nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação de pessoas, e quando plantamos igrejas nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação da sociedade em que vivemos.

Adrien Bausells
Plantador da Comunidade Presbiteriana Vila Olímpia em São Paulo
[email protected]

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